Portugal e Espanha foram afetados por um apagão massivo nesta segunda-feira, com serviços básicos como telecomunicações, transportes, internet e bancos sendo interrompidos em grandes partes dos dois países. A empresa responsável pelo fornecimento de energia em território português informou que houve um "corte de energia maciço" na Península Ibérica e parte da França, sem apontar a causa para a falha no sistema. Autoridades de ambos os países anunciaram investigações para avaliar se um ataque cibernético pode ter provocado a queda de energia, mas nenhuma conclusão foi apresentada até o momento.
Em Portugal, a queda de energia foi registrada às 11h33 (07h33 em Brasília), segundo comunicado da Redes Energéticas Nacionais (REN), concessionária portuguesa de energia, que falou em um "corte em larga escala de luz em toda a Península Ibérica". A informação de momento é de que pode demorar até horas para o restabelecimento do fornecimento, o que já afeta o cotidiano dos portugueses.
Em ruas e avenidas, os semáforos pararam de funcionar, levando autoridades a recomendarem atenção redobrada por parte de motoristas. Passageiros em ao menos quatro vagões de metrô precisaram ser resgatados em Lisboa, após ficarem presos no meio do trajeto. A EPAL, empresa que fornece água potável à capital portuguesa, disse que a distribuição pode ser afetada em decorrência da falha elétrica.
Aeroportos portugueses mantiveram parte de sua operação, com os embarques sendo feitos "à moda antiga", com check-ins de forma manual. Durante a tarde, porém, a Autoridade Nacional de Aviação Civil pediu que passageiros não se dirigissem aos aeroportos, enquanto planos de contingência eram colocados em prática.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, convocou o Conselho de Ministros do país para uma reunião de emergência. A principal preocupação no momento é com o sistema hospitalar. Embora as unidades do país tenham geradores para situações de emergência, alguns hospitais reduziram suas atividades ao mínimo para poupar recursos até que a energia seja restabelecida.
Empresas de energia ligadas à produção e distribuição de energia disseram que o corte em Portugal estava relacionado a um problema em uma rede de alta tensão na Espanha. O que provocou a falha, porém, ainda está sob investigação — enquanto tenta-se uma solução, que as estimativas apontam que vai demorar horas.
O Centro Nacional de Cibersegurança de Portugal afirmou que nenhum indício de ataque cibernético foi identificado até ao momento, mas autoridades no país e na Espanha anunciaram investigações sobre a hipótese. Mais cedo, o ministro da Coesão Territorial de Portugal, Manuel Castro Almeida, afirmou que um ciberataque pode ter sido a fonte do apagão europeu.
— Sei que abrange vários países da Europa - Portugal, Espanha, França e Alemanha e creio que também Marrocos. (...) Coisa em grande escala que, pela dimensão que tem, é compatível com um ciberataque. Mas é uma informação não confirmada — disse ele à "RTP". O governo português também criou um grupo de trabalho para acompanhar o apagão e aponta que o problema parece ter tido origem fora de Portugal.
A Polícia de Segurança Pública de Portugal aumentou o efetivo de agentes nas ruas para ajudar a solucionar o caos no trânsito da capital portuguesa. O porta-voz do órgão disse à Lusa que polícias e bombeiros estão prestando apoio no metrô e em prédios onde moradores ficaram presos em elevadores.
*as informações são do jornal O Globo
